Mas é que o mundo inteiro cabe bem no meio de uma palma de mão.
Das Literatorturas
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20 julho 2011
18 julho 2011
Cotidiano
Eu acordo
escovo os dentes
olho-me no espelho
saio para a rua
olho para os dois lados
ignoro muita gente
dou boa tarde ao cobrador
chego atrasada
sou cobrada
minha cabeça dói
meu estômago ronca
leio
leio
leio
leio
uma vida feita de pixels
e nomes inventados
23 abril 2010
21 fevereiro 2010
Chove
Pretas nuvens que anunciam a chuva
Anunciam madrugada sem lua
E baldes d’água sobre o chão
12 fevereiro 2010
Significante (in)Sabedoria
Se ela soubesse o desentrelaçar das mãos
Os desvios do olhar
Os abandonos dos braços
O começar dos suspiros
Se ela imaginasse
Os cansaços e os sonos
Que se viriam com o tempo
Tornar-se-iam desespero
Se ela soubesse
Que a dúvida apazigua
Torna felizes os descrentes
E deixa morrerem à míngua
Os sobreviventes.
Se ela soubesse
Que ele se fez de contente
E que por não ter argumento
Não soube digerir
O que a ignorância tem de melhor
Se ela imaginasse
Que a vida é um exagero
Que se trabalha o ano inteiro
Não se tem o que se quer
Não se ama o que se tem
Não se realiza o que se sonha
Se ela soubesse
Que o humano não tem preço
Que a escada é sempre descida
A porta é sempre saída
E nada se prende a nós
Se ela imaginasse
Que a despedida é sempre o início
O vício é a fita do avesso
Que a cabeça encosta no travesseiro
E dormir é o suicídio
Se ela soubesse
Se ela imaginasse
Se ela vivesse
Se ela sonhasse
Talvez ela não mais dormisse.
11 fevereiro 2010
As paredes são testemunhas mudas
Das minhas dores mais azedinhas
Que param e ficam
Nos vértices de minh’alma
Elas olham, cantoneiras
Quando choro tão baixinho
E não há um só ladrilho
Que escape do meu lamento
Elas ouvem, sestrosas
Quando murmuro de mansinho
Que o que queria era carinho
E de minhas confidentes uma resposta.
Mas elas não sentem,
São de pedra, as danadas
E, por mais que a gente tente,
Delas nunca ouvimos sequer palavra.
Das minhas dores mais azedinhas
Que param e ficam
Nos vértices de minh’alma
Elas olham, cantoneiras
Quando choro tão baixinho
E não há um só ladrilho
Que escape do meu lamento
Elas ouvem, sestrosas
Quando murmuro de mansinho
Que o que queria era carinho
E de minhas confidentes uma resposta.
Mas elas não sentem,
São de pedra, as danadas
E, por mais que a gente tente,
Delas nunca ouvimos sequer palavra.
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